segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O alemão não me pega!

Dia desses, minha mãe veio com a pergunta “qual sua lembrança mais remota?”, inspirada na contracapa do Caderno Dona de Zero Hora. Pensei um pouco e fiquei confusa, todas as lembranças que vinham à cabeça eram cenas que sabia estavam registradas em fotografia. Foi o que respondi na hora então, do que lembrava, mas que achava que era influenciada por fotografias que já tinha visto. Ok, pergunta respondida, mas a pulguinha ficou atrás da orelha. Fiquei dias pensando a respeito e tentando lembrar de acontecimentos que não tivessem nenhum registro. Isso provocou uma certa retrospectiva. Cheguei a ficar chorosa, pensando que não tinha histórias para contar, não tinha fatos marcantes, por um momento pensei até que já estava sendo acompanhada pelo Alzheimer, alemão companheiro de velhice das mulheres da minha família. (Para quem não sabe, Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, com pré-disposição genética em algumas famílias, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos. Minhas duas avós tiveram, ou seja, as prespectivas de viver com o alemão são grandes. Rsrsrsrsrs...) Bom, tanto pensei nessa pergunta que acabei conseguindo a resposta que queria, sim, eu tinha lembranças de infância sem registros fotográficos! E sim, eu tenho histórias para contar! Umas emocionantes, outras nem tanto, mas são minhas, são momentos que compõem a minha vida. Pronto! Estava satisfeita, mas não parei por ai. Além de outros motivos, que já mencionei antes, esse fato também foi motivador para escrever esse blog. Manter o cérebro em funcionamento, buscando desafios é uma dica para quem não quer a companhia do alemão tão cedo. ;-)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Acho que isso vai virar um vício! Ontem, quando terminei de escrever o primeiro texto, já estava morrendo de vontade de continuar, a cabeça ficou fervilhando, mas como era tarde e tinha que trabalhar no outro dia, achei melhor descansar (coisa que não tenho feito muito ultimamente). Devo dizer que foi difícil pegar no sono, mas com insistência se consegue tudo, não é verdade? Falando em insistência, vou contar minha trajetória como capista. Para isso terei que voltar muitos anos atrás, na época da faculdade ainda, mas tentarei ser breve. Quando ainda estava cursando Publicidade e Propaganda na UNISINOS, tive uma crise de identidade, não sabia mais se era mesmo essa a profissão que queria exercer, pensei em abandonar o curso, mas também não sabia ao certo que outro rumo tomar (sorte que meus pais me convenceram a concluir a faculdade, nem que depois fosse fazer outra, mas era preciso concluir essa, afinal faltava pouco). Acho que todo mundo passa por uma crise dessas, né? Pois bem, durante um estágio na agência experimental da própria universidade, tive meu primeiro contato com a criação de capas de livros. Um novo horizonte se abriu. Era isso que eu queria fazer! Bom, confesso que na época não sabia muito bem a quem recorrer, também achava que deveria ter mais experiência, e, comodista, acabei trabalhando em agências de publicidade, aproveitando as oportunidades que surgiam. Durante um tempo abandonei a idéia de ser capista, porém, como diretora de arte me sentia um pouco desconfortável. Não que tenha sido um pesadelo, tive bons momentos, e ainda tenho, mas faltava alguma coisa. Não conseguia me sentir realizada. Um dia, já formada, casada e trabalhando em uma agência, resolvi que era preciso tomar uma atitude. Não conseguia vislumbrar um futuro, estava infeliz e, mesmo tendo várias contas pra pagar no fim do mês, o dinheiro sendo contadinho, pedi demissão. Tinha que fazer isso, antes que fosse tarde. Montei um escritório em casa, fazia alguns trabalhos publicitários como freelancer e em paralelo encaminhava o currículo para as editoras de Porto Alegre. Não foi fácil, mas consegui meu primeiro trabalho como capista na Editora Razão. A Nádia (editora), estava montando o bureau editorial e resolveu apostar em novos talentos. Sorte minha! A sintonia foi ótima! A experiência com a primeira capa foi tão boa que mantivemos a parceria até hoje! Mas como nem tudo são flores, mesmo estando nas nuvens por ter realizado um sonho, estava simultaneamente vivendo um período bem complicado, o casamento não ia bem e mesmo existindo um carinho muito grande, acabei me separando. Sofri bastante. Trabalhar sozinha em casa não era saudável, pelo menos não estando deprimida como eu estava. O dinheiro que recebia não era o suficiente para me manter. E agora? Voltei a procurar emprego nas agências de publicidade. E, OPORTUNIDADE DOS CÉUS! Fui indicada para fazer um free na Escala, uma das maiores agências do sul do país. Estava nervosa, afinal, nunca acho que tenho competência suficiente (e não adianta, nem na terapia consegui me livrar desse sentimento, mesmo os acontecimentos demonstrando o contrário), mas fui e cumpri as terefas direitinho, tanto que acabei sendo convidada a fazer parte da equipe! Foram 3 anos maravilhosos! Fiz amizades que tenho certeza que vou levar pra toda a vida, trabalhei com profissionais exemplares, gente MUITO competente e do bem. Que família!!! Sim, éramos uma família, existiam brigas, pontos de vista diferentes, mas éramos unidos. E fazíamos as coisas acontecerem. Como nem tudo é pra sempre, no início desse ano a família foi desfeita. O cliente para o qual trabalhávamos rompeu o casamento com a agência, e essa, não conseguiu absorver todos os profissionais. Resultado: DEMISSÃO EM MASSA. Foi uma revolução na vida de todos. Cada um foi pra um lado diferente do outro, mas todos foram para algum lugar. Claro, profissionais competentes não ficam muito tempo dando sopa. ;-) Comigo não foi diferente. Emendei um free no outro, até que acabei contratada novamente. Novos desafios, estou atualmente trabalhando em uma agência de trade marketing (senhor, nem sabia que isso existia, hahahah...). É, vivendo e aprendendo. SEMPRE. Mas, e as capas de livros? (vocês devem estar se perguntando...) Continuo criando as capas para a Editora Razão e continua sendo um prazer enorme! Pena não conseguir viver só disso, mas com insistência, ainda tenho esperança de um dia chegar lá.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Não sou muito de escrever, como publicitária, escolhi ser diretora de arte e não redatora. Não pensem que foi o nome bonito do cargo que me atraiu, mas o fato de trabalhar com imagens! Sempre fui muito ligada à estética, quando pequena gostava de desenhar, mas quando desenvolvi um pouco o senso crítico, fui muito cruel. Nunca estava bom o suficiente e como paciência também nunca foi o meu forte, abandonei os lápis. Foi quando resolvi criar roupas para minhas bonecas, sonhava em ser estilista! O sonho ficou guardado, nunca encarei seriamente essa possibilidade. Curioso é que agora escrevendo e relembrando minha trajetória, já tive meus dias de poetisa, Mario Quintana era tudo, minha referência! Mas meu senso crítico, pra variar, novamente entrou em ação. Após entrar num concurso de poesias, por insistência da minha mãe, e não ser selecionada, abandonei a escrita. Sim, já dá pra notar que sou uma covarde, não enfrento os desafios, desistir é bem mais fácil. Contudo, estou eu aqui agora, perdendo a vergonha, a preguiça e dando um pouco mais de vida para esse blog. Como boa diretora de arte, acredito que uma boa imagem vale mais que mil palavras, mas também sei que as palavras são importantes, por isso estou fazendo um esforço... A palavra de ordem na minha vida agora é enfrentar os medos, encarar os desafios de frente e não desistir no primeiro não. Sou cabeça dura, teimosa e empacada. Mas vamos lá, não vou desistir de tentar mudar. Bom, mas todo esse desabafo, foi porque, primeiro, precisava falar um pouco sobre mim mesma e explicar porque esse blog era mudo, segundo, porque acabei de ler o blog de uma amiga (caixadegis.blogspot.com) e fiquei inspirada. E terceiro, porque, não menos importante que os outros motivos (pelo contrário) gostaria de contar o que aconteceu nessa semana passada e que me deixou MUITO, MUITO FELIZ! Recebi elogios do Assis Brasil, ou melhor, uma de minhas capas foi elogiada pelo Assis Brasil em seu programa na Unitv, antes de entrevistar o autor do livro (A noite dos jaquetas-pretas). Fiquei radiante! Mais emocionada que isso, só na noite de lançamento do primeiro livro! Sonho realizado, que delícia!!! Mas isso já é uma outra história, que vou, provavelmente, contar em outro momento, afinal, agora perdi o medo e a preguiça de escrever. Aguardem...